Por um momento nos últimos anos, as corridas de longa duração, ou de endurance, pareciam destinados a retomar o esplendor dos anos 60. Três grandes montadoras (duas delas, aliás, pertencentes ao mesmo conglomerado) gastavam os tubos para alinhar até três carros no recriado mundial da categoria, o WEC.
O conto de fadas, que já cambaleava desde o fim de 2016, com a saída da Audi, acaba de ganhar mais um prego no caixão —a Porsche, também subsidiária da Volkswagen, anunciou no fim de julho que vai retirar seus 919 Hybrid da competição, um ano antes do que estava acordado com os promotores do campeonato.
O destino de ambas as marcas é o mesmo: a F-E, campeonato de carros elétricos chancelado pela FIA. A Audi chegou a manter operações de ambas as categorias, mas decidiu direcionar quase todos os seus recursos de competição para a última.
Infelizmente, a derrocada do WEC —e sua principal etapa, as 24 Horas de Le Mans— é uma tragédia anunciada. O principal atrativo do endurance sempre foi possibilitar às fábricas desenvolver tecnologias voltadas aos carros de rua, mas, com o direcionamento do mercado e da legislação europeia voltada à tecnologia elétrica, o custo-benefício da F-E passou a ser mais vantajoso.
Enquanto os custos para se manter uma equipe competitiva na LMP1, a principal divisão do WEC, chega ao patamar da F-1, sua concorrente elétrica é muito mais barata. E, mais do que isso, oferece mais visibilidade e tem acesso a um público mais jovem.
Do ponto de vista do esporte, é uma pena. As provas longas sempre foram pródigas em produzir boas histórias, como demonstram as edições de 2016 e 2017 de Le Mans.
Com a Toyota como única montadora confirmada no grid de 2018, a LMP1 corre o risco de ter seu status rebaixado, de campeonato a copa, a partir da próxima temporada.
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