O fim de uma era na F-1? Um atentado à estética? A notícia mobilizou profissionais e fãs da F-1 na quarta (19) nas redes sociais: em uma canetada, a FIA determinou a obrigatoriedade do “halo” na categoria já em 2018.
O halo, uma armação de fibra de carbono colocada acima do habitáculo dos pilotos frequentemente comparada a um modelo de chinelo, foi apenas uma das proteções alternativas testadas pela categoria nos últimos anos em testes e treinos livres.
Apesar de gerar a reclamações de pilotos por obstruir parte da visão frontal, foi considerada a melhor solução para incrementar a segurança a curto prazo —em Silverstone, nos treinos livres de sexta, Sebastian Vettel experimentou um protetor mais elegante, transparente, batizado de “shield”, mas reclamou da visibilidade e disse que saiu do carro um pouco “tonto”.
Especula-se que a decisão da FIA tenha sido tomada para se salvaguardar de um eventual processo judicial caso alguma morte venha a ocorrer na categoria devido ao impacto entre piloto e grandes objetos. Na antiga F-2, Henry Surtees, filho do multicampeão John, morreu no mais famoso acidente recente do tipo, quando foi atingido pelo pneu que se desprendeu do carro de um concorrente em Brands Hatch.
Mesmo a FIA tendo divulgado em nota que a introdução do halo tenha sido aprovada “de forma unânime” pelo Grupo de Estratégia, que conta com representantes de todas as equipes, diversos dirigentes, como Niki Lauda, criticaram em público a decisão.
Curiosamente, houve quem lembrasse que a FIA havia proibido soluções aerodinâmicas de muito menos impacto no campo visual dos pilotos. No GP de Mônaco de 2001, Jordan e Arrows apresentaram asas frontais extras para gerar mais apoio aerodinâmico nos treinos livres. Ambas foram vetadas pelo delegado da entidade à época, Jo Bauer.
Dessa história toda, fica claro também que os torcedores do esporte a motor não se contentam apenas com uma categoria que oferece boas disputas em pista. Características tidas como secundárias, como a beleza dos carros e o ruído de seus motores, também exercem impacto em quem assiste às corridas.
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