Há dez anos, Hamilton e Vettel já haviam se envolvido em batida durante Safety Car

Por Daniel Médici

De todos os momentos marcantes do agitado GP do Azerbaijão do último domingo (25), o mais relevante para o campeonato deve ser o entrevero entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, os dois principais postulantes ao título.

Irritado por uma freada súbita do inglês durante o Safety Car, o tetracampeão resolveu tirar satisfação em plena pista e bateu de propósito na Mercedes à sua frente. Foi decretado o fim do clima de cordialidade entre os adversários e o tom das declarações dos pilotos, desde então, é de ameaça.

A reação de Vettel foi exagerada, sem dúvida, mas pode ter uma origem remota. De quase dez anos, para ser mais preciso.

A primeira vez que os dois pilotos se estranharam em meio a uma bandeira amarela não aconteceu em Baku, mas no autódromo de Fuji, em 2007. Naquele GP do Japão, disputado sob chuva inclemente, o Safety Car liderou o pelotão por diversas voltas. Em sua segunda e última passagem, Hamilton liderava com Mark Webber em segundo e Vettel, ainda na Toro Rosso, em terceiro.

Em uma curva fechada, o inglês se aproximou demais do carro de serviço para, então, frear bruscamente e abrir a tangência. Webber freou em seguida, para não correr o risco de ultrapassar o líder. Com a visão e frenagem prejudicadas pelo clima, Vettel não conseguiu desviar e bateu no australiano. Ambos abandonaram.

O mais curioso do lance é que ele não foi registrado pela transmissão oficial, e os comissários consideraram Vettel culpado pela batida, sendo punido com a perda de posições no grid para a prova seguinte, na China.

A verdade só veio à tona quando um vídeo amador, feito por um torcedor na arquibancada, foi divulgado na internet. A Toro Rosso protestou, e a punição ao seu piloto foi retirada. Mas nenhuma pena foi aplicada ao inglês, então em um surpreendente ano de estreia na F-1 e favorito ao título.

Por uma série de erros bobos, a conquista não veio naquele ano. De Fuji para Baku, quase uma década depois, os dois competidores amealharam, juntos, sete mundiais —e tudo indica que serão oito ao final do ano.

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