Passados 30 anos da primeira vitória, nome de Senna reaparece com força em Mônaco

Por Daniel Médici

É difícil desvincular o nome de Ayrton Senna do GP de Mônaco, o maior vencedor da corrida, a qual não conta com nenhum sucessor à altura no momento. Em 2017, porém, seu nome está ainda mais presente nas ruas do principado.

Em primeiro lugar, porque Lewis Hamilton chega à prova com chances de igualar a marca de 65 pole positions registrada pelo brasileiro. O número que era um recorde, para muitos imbatível, foi superado por Schumacher em 2006, mas continua associado à imagem de Ayrton pelo espetáculo que eram suas voltas de classificação. Além disso, Hamilton nunca escondeu ser um fã desmedido do brasileiro, trazendo uma carga emocional maior para o número.

Mas a grande comemoração se dá pelos 30 anos da primeira vitória de Senna no principado. Com caráter oficial.

A data foi celebrada no hotel Fairmont, atual nome do antigo Loews, que fica na famosa e lentíssima curva de mesmo nome do circuito.

O príncipe Albert 2º inaugurou nesta semana, junto a Bianca Senna, sobrinha do tricampeão, uma estátua do piloto no local. E, surfando na idolatria, o hotel apresentou uma suíte de luxo temática em homenagem a Senna, que conta com capacete autêntico, boné oficial, quadros e outros itens de memorabília a dividir espaço com os hóspedes.

Príncipe Albert 2º e Bianca Senna participam de inauguração oficial de suíte em hotel de luxo (M. Alesi/Instituto Ayrton Senna/Divulgação)

Assistir hoje ao GP de Mônaco de 1987 é um exercício de nostalgia. Eram tempos em que um pit stop que durasse oito segundos era considerado fantástico, por exemplo.

Logo nas primeiras voltas, Philippe Streiff bate no guard rail e parece ficar preso ao cockpit. Meia dúzia de comissários entram na pista e permanecem em volta do carro, sem saber como ajudar. Muitas voltas depois, a Tyrrell é finalmente guinchada. A corrida segue normalmente —a entrada do Safety Car não era sequer prevista no regulamento.

Das seis vitórias do brasileiro no principado, esta é uma das mais “tranquilas”. Ele larga em segundo e permanece na posição, vendo Nigel Mansell disparar na frente. Como esperado, as Williams e sua Lotus, únicos modelos equipados com as revolucionárias suspensões ativas, dominam as primeiras posições. Quando Mansell abandona, Senna assume a ponta, já com um binóculo de distância para Nelson Piquet. Ayrton administra a vantagem e vence com mais de 30s de vantagem.

Vitória “tranquila”, entre aspas, claro: numa época de marchas trocadas a mão, em alavancas de câmbio não sequenciais, carros mais imprevisíveis e com ainda mais muros para se bater em Monte Carlo, esse não era o melhor adjetivo para se qualificar um triunfo no circuito.

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