Seis anos após quase perder a mão, Robert Kubica volta às pistas para o Mundial de Endurance

Por Daniel Médici
Robert Kubica no GP da Malásia de 2010 (Morio/Wikimedia Commons)
Robert Kubica no GP da Malásia de 2010 (Morio/Wikimedia Commons)

Você se lembra de Robert Kubica? O polonês já fez de quase tudo em carros de corrida. Foi uma fera do kart na juventude, chegou à F-1 em 2006, despedaçou seu carro no GP do Canadá de 2007, venceu a mesma prova em 2008 e, finalmente, quase morreu em um acidente de rali que destruiu a sua mão esquerda, três anos depois.

Agora, Kubica, 32, está pronto para uma nova fase em sua carreira: piloto de protótipos no Mundial de Endurance (WEC). O polonês testou um carro da equipe ByKolles no final de 2016 e deixou uma ótima impressão. Tão boa, na verdade, que acabou contratado para a temporada de 2017.

Isso significa que o polonês vai competir na categoria LMP1, a principal da WEC, em uma equipe independente —ou seja, tem chances quase nulas de vencer alguma corrida na classificação geral.

Ainda assim, é um alento aos fãs de automobilismo ver o piloto retornar à primeira linha das competições em pista fechada. O próprio Kubica declarou que seu objetivo, na WEC, era “encontrar alguma coisa tão parecida quanto possível com a F-1” para voltar a correr.

Kubica sempre se dividiu entre as corridas em pista e fora delas. Mesmo em seus tempos de F-1, o piloto disputava regularmente provas europeias de rali, mas, no dia 6 de fevereiro de 2011, bateu o Skoda Fabia que conduzia e terminou espetado em um guard rail durante uma competição na Itália. Perna, mão e ombro do piloto foram severamente atingidos (seu navegador não se feriu), e as equipes de resgate demoraram mais de uma hora para retirá-lo das ferragens. Correndo risco de morte e após perder muito sangue, foi submetido a uma cirurgia que durou sete horas. Ele ainda realizaria mais duas operações para reconstruir os membros atingidos.

O acidente significou o fim de sua carreira bem-sucedida na F-1, mas Kubica não abandonou o volante: voltou aos ralis e disputou provas do WRC, o mundial da categoria, entre 2013 e 2016. Foi campeão do WRC-2, em 2013, pela Citroën.

Em 2017, Kubica vai dividir o cockpit de seu protótipo com o inglês Oliver Webb e um terceiro piloto a ser definido pela ByKolles.

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