A equipe inglesa Manor anunciou nesta sexta (27) que não encontrou um investidor disposto a tirá-la da bancarrota e dispensou seus 212 funcionários da fábrica de Banbury. Era uma tragédia anunciada, que praticamente sepulta a chance de Felipe Nasr correr na F-1 em 2017. Com isso, a categoria volta a contar com apenas 20 carros a cada GP.
A Manor foi uma das três equipes que obteve uma vaga na abertura que Max Mosley empreendeu na categoria em 2010, com o objetivo de aumentar o número de carros participantes. Richard Branson havia comprado o time no fim do ano anterior e o rebatizou de Virgin, mas logo percebeu que é mais fácil perder dinheiro com o automobilismo do que com uma companhia aérea, vendendo-a novamente. A Marussia fez o mesmo, e apenas em 2016 a equipe correu com seu nome original.
Em 2010, haviam prometido às estreantes que seriam concedidas vantagens técnicas a elas caso mantivessem o orçamento dentro de um limite estabelecido. A promessa ficou só no papel e, uma a uma, Lotus-Caterham e Hispania-HRT abandonaram o circo. A Manor resistia bravamente, já havendo sobrevivido inclusive a uma declaração de insolvência no início de 2015 —e, por durar tanto tempo, pode ser considerada a seu modo uma vencedora.
A maioria das equipes pequenas foi varrida da F-1 a partir de meados dos anos 1990, fruto de aumento dos gastos e uma divisão quase criminosa das bonificações. O campeonato perde muito com isso. O fundo do paddock foi o berço de notáveis inovações. Foi por lá que Adrian Newey começou sua carreira, na equipe Fittipaldi, e, alguns anos depois se notabilizou pelas soluções aerodinâmicas ousadas que implantou na March-Leyton House.
Foi na também pequena ATS que a fibra de carbono foi utilizada em seu pleno potencial pela primeira vez na construção dos chassis. E, apesar de serem dependentes históricas de pilotos pagantes, muitos bons pilotos tiveram sua primeira chance na elite do automobilismo no cockpit delas.
Em geral, as equipes pequenas são um reduto de gestores e profissionais apaixonados pelas corridas. Com menos oportunidades, estes buscam outras paixões. A F-1 perde, portanto, muito mais que dois carros no grid com o fim da Manor.
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