Confirmação do retorno de Massa à Williams adia o fim inevitável da presença brasileira na F-1

Por Daniel Médici
Massa agita bandeira brasileira em Interlagos, antes do GP Brasil de 2016 (Eduardo Anizelli/Folhapress)
Massa ergue bandeira brasileira em Interlagos, antes do GP Brasil de 2016 (Eduardo Anizelli/Folhapress)

O acordo para o regresso de Felipe Massa à Williams era um dos segredos menos bem guardados da pré-temporada. Com a mudança de Pascal Wehrlein para a Sauber sacramentada, deixando caminho livre para a ida de Valtteri Bottas à Mercedes, restou às partes envolvidas anunciar oficialmente aquilo que já se comentava nos bastidores.

Como descreveu um site humorístico inglês, Massa encerra “a aposentadoria mais curta da história” da F-1, e a jogada de sorte que possibilitou seu retorno não tira nenhum mérito do piloto. O brasileiro declarou mais de uma vez que sairia da F-1 não para pendurar o capacete, mas para procurar uma categoria na qual pudesse brigar por vitórias. Não faltaram propostas ao piloto.

A Williams também ganha muito com a sua permanência: era fundamental para a equipe de Grove ter um piloto experiente ao lado do novato Lance Stroll, que estreia no campeonato com 18 anos de idade. Quase tão importante quanto o lado esportivo, a Martini, principal patrocinadora do time, pressionava por um piloto com mais de 25 anos de idade no cockpit, já que muitos países europeus proíbem anúncios de bebidas alcoólicas com garotos-propaganda abaixo dessa faixa etária.

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Feitas todas as ressalvas, é sintomático que a presença de um brasileiro no grid da F-1 só esteja garantida por causa da inesperada aposentadoria do atual campeão, Nico Rosberg. No momento, tudo indica que Massa será o único representante nacional na categoria, já que as únicas vagas que sobraram para Felipe Nasr em 2017 pertencem a uma equipe que acaba de declarar insolvência.

Com Matheus Leist e Pedro Piquet —a nova geração de promessas brasileiras— ainda muito longe do radar da categoria, só um milagre vai produzir um sucessor nacional de Felipe Massa antes de sua aposentadoria definitiva. Quando ela finalmente acontecer, o automobilismo brasileiro deve estar preparado para o inevitável adeus, resultante de incompetência e/ou desinteresse, ao principal campeonato da modalidade.

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