“O automobilismo é um esporte cruel, perigoso e injusto, mas também tem seus defeitos” —foi o título de um post deste blog em meados de 2016. A máxima pode ganhar um novo fôlego com a possível saída de Felipe Nasr da F-1, motivada pelos pontos que ele mesmo marcou.
Nasr foi piloto da Sauber ao longo dos dois últimos anos, mas as relações entre piloto e equipe andavam estremecidas desde o fim de 2016. No início do mês, a imprensa especializada dá como certo o acordo dos suíços com o piloto alemão Pascal Wehrlein, até então da Manor. Pesou na decisão o fim do contrato entre Sauber e Banco do Brasil, conforme a Folha havia adiantado.
Dessa forma, a última vaga que restaria para Nasr em 2017 é a da própria Manor (o brasileiro não é cotado para a Mercedes, pelo que se sabe). Restariam, porque a equipe se declarou insolvente no último dia 6, e tem até o final do mês para encontrar um comprador para continuar existindo.
O atual dono da Manor Racing, Stephen Fitzpatrick, declarou que ter terminado o campeonato em último lugar afetou seriamente a saúde financeira da equipe.
Na F-1, além de parte da premiação às equipes ser proporcional aos pontos conquistados no Campeonato de Construtores do ano anterior, os dez melhores times colocados recebem uma série de vantagens da organização. Atualmente, 11 construtores disputam o certame.
Chega-se, assim, à ironia do destino: Foi o próprio Felipe Nasr que jogou a Manor para a lanterna. Até o GP do Brasil, a Sauber possuía zero ponto, contra um da Manor, obtido pelo décimo lugar de Wehrlein na Áustria. O ótimo desempenho de Nasr sob chuva em Interlagos lhe rendeu um nono lugar e dois pontos na tabela. Marcus Ericsson, seu companheiro, não pontuou em 2016, mas já teve seu contrato renovado.
Caso a contratação de Wehrlein pelos suíços se oficialize e a Manor não encontre investidores, Nasr estará fora da categoria em 2017. Mesmo que o time inglês consiga se salvar (como já aconteceu ao fim de 2014), não há como ter certeza de que o brasileiro vai assegurar um cockpit.
O automobilismo é um esporte cruel, não só dentro da pista.
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