Junho não foi um mês auspicioso para o esporte no México: uma das promessas da Copa América Centenário, a seleção do país caiu nas quartas de final, em um humilhante 7 a 0 contra o Chile, que viria a se sagrar campeão do certame.
Os mexicanos podem, pelo menos, ter o automobilismo como alento. Na Fórmula 1, Sergio Pérez, da Force India, vem de dois pódios em três corridas e já é considerado a sensação da temporada.
Em Baku, no GP da Europa, o piloto já tinha se tornado o centro das atenções no sábado, registrando o segundo melhor tempo da classificação. O resultado só lhe valeu a sétima posição no grid, devido à punição por uma troca de câmbio. O show prosseguiu no domingo, porém: lutou a corrida inteira e demonstrou combatividade ao ultrapassar Kimi Raikkonen nas voltas finais, mesmo sem valer a posição de fato, já que o finlandês acumulava uma punição em seu tempo final de prova. Chegou em terceiro.
Se alguém creditar o resultado à conjunção do motor Mercedes às longas avenidas de Baku, o piloto tem como contra-argumento sua brilhante pilotagem no GP de Mônaco, onde também foi terceiro colocado em um circuito travado, cheio de armadilhas, que começou em pista molhada.
O desempenho do mexicano, inegavelmente superior ao do companheiro, Nico Hülkenberg, já coloca Pérez no centro das intrigas da “silly season”, como postulante a substituto de Raikkonen na Ferrari.
A boa fase é mais um motivo para que os mexicanos lotem, mais uma vez, o autódromo Hermanos Rodríguez, que voltou ao campeonato em 2015, após 23 anos de ausência. Mesmo sem Pérez ter a mínima chance de vitória, o carisma do representante da casa foi suficiente para turbinar a festa do público na capital mexicana.
Se o futebol não está lá essas coisas, ao menos os mexicanos têm a chance de voltar as atenções para o esporte a motor. Os brasileiros, igualmente vítimas de uma goleada vexatória, não sabem ao certo se podem fazer o mesmo.