Felizmente, não estamos falando aqui da Segunda Guerra Mundial. Mas o mundo ganhou dois inimigos ferrenhos no último domingo, na Fórmula 1, um esporte que de vez em quando provoca fatalidades, embora em menor número que um confronto armado.
Tudo começou no GP da China, quando uma disputa envolvendo contato físico na largada levou Sebastian Vettel, da Ferrari, a cair para o final do pelotão. Ele se recuperou para chegar em segundo, mas chiou, antes do pódio, com Daniil Kvyat, o terceiro colocado e autor do toque na primeira volta.
Só a mãe do Vettel não deu razão a Kvyat: foi uma disputa de corrida, a pista ficou pequena e sobrou para o carro vermelho. O alemão, vindo de um início de temporada conturbado, no entanto, acusou o golpe do jovem que ocupou sua vaga na Red Bull.
Corta para o front ocidental. Em Sochi, pista de generosas áreas de escape que contorna um imenso parque olímpico, quis o destino que o piloto da casa encontrasse Vettel pela frente logo na primeira freada —e enchesse a traseira do alemão.
Não contente com isso, no meio da longa curva 3, Kvyat estampou outra vez a Ferrari, que foi jogada contra a barreira de pneus. Vettel, após o abandono, saiu do carro xingando a torto e a direito, ainda acreditando que cada um dos toques havia sido dado por um piloto diferente. Ao saber que ninguém menos que o russo havia sido o responsável por ambas as batidas, e não desprovido de razão, foi reclamar. Com sua própria equipe, com os comissários técnicos e com o próprio chefe de Kvyat, Christian Horner.
O GP da Rússia não será lembrado por arroubos de pilotagem —talvez pela ultrapassagem (dessa vez, limpa) de Raikkonen em seu compatriota Bottas, mas não muito mais que isso. Quem sabe, contudo, algum anos mais à frente, nos recordaremos do início de uma rivalidade daquelas.