Valentino Rossi, 37 anos nas costas, conseguiu de novo.
Competindo contra moleques muito mais jovens, como Marc Márquez e Jorge Lorenzo, o italiano venceu o GP da Espanha da MotoGP, em Jerez de la Frontera. Foi a sua vitória de número 87 na principal categoria do motociclismo.
O detalhe é que o italiano largou da pole e liderou todas as voltas. O que isso tem de surpreendente, afinal? Resposta: foi a primeira vez que isso aconteceu na carreira de Vale desde que ele ascendeu às 500cc, antecessora da MotoGP, no longínquo ano de 2000.
Desde então, foram nada menos que 274 largadas, 52 poles e sete campeonatos mundiais. Mas nem em seus melhores anos ele havia liderado uma corrida de ponta a ponta, largando da primeira posição.
Quem acompanhou as corridas de moto no início dos anos 2000 deve se recordar: Rossi era um mau largador, mas era tão mais rápido que a concorrência que, não raro, ultrapassava a todos nas primeiras voltas e vencia. Uma coisa compensava a outra.
O mundo mudou, uma nova geração talentosíssima —e com o joelho menos esfolado— chegou e roubou o protagonismo de “Il Dottore”.
Mas ele continua sendo um piloto das antigas, ao menos em suas declarações. Critica o controle de tração que equipa as motos atualmente e se mostra infeliz com a amputação de autódromos que um dia já foram os mais desafiadores do mundo para as duas rodas, como o de Assen, na Holanda.
De seus anos de hegemonia, muita coisa mudou, como o formato da classificação e —talvez o mais importante— as características dos pneus, que forçaram o piloto a mudar seu estilo. Tem dado certo: ele vem de dois vice-campeonatos. Levou a disputa pelo título do ano passado até a última corrida e só perdeu, em grande medida, devido a um conluio de pilotos espanhóis.
Em 2016, Rossi ocupa a terceira posição na tabela, e poderia estar melhor, não fosse uma queda em Austin. Aos 37 anos, o heptacampeão ainda tem muito chão pela frente.