GridFelipe Nasr – Grid http://grid.blogfolha.uol.com.br Um olhar aficionado sobre o automobilismo Thu, 19 Oct 2017 12:53:30 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Confirmação do retorno de Massa à Williams adia o fim inevitável da presença brasileira na F-1 http://grid.blogfolha.uol.com.br/2017/01/16/confirmacao-do-retorno-de-massa-a-williams-adia-o-fim-inevitavel-da-presenca-brasileira-na-f-1/ http://grid.blogfolha.uol.com.br/2017/01/16/confirmacao-do-retorno-de-massa-a-williams-adia-o-fim-inevitavel-da-presenca-brasileira-na-f-1/#respond Mon, 16 Jan 2017 18:43:51 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16066108.jpeg http://grid.blogfolha.uol.com.br/?p=463 Massa agita bandeira brasileira em Interlagos, antes do GP Brasil de 2016 (Eduardo Anizelli/Folhapress)
Massa ergue bandeira brasileira em Interlagos, antes do GP Brasil de 2016 (Eduardo Anizelli/Folhapress)

O acordo para o regresso de Felipe Massa à Williams era um dos segredos menos bem guardados da pré-temporada. Com a mudança de Pascal Wehrlein para a Sauber sacramentada, deixando caminho livre para a ida de Valtteri Bottas à Mercedes, restou às partes envolvidas anunciar oficialmente aquilo que já se comentava nos bastidores.

Como descreveu um site humorístico inglês, Massa encerra “a aposentadoria mais curta da história” da F-1, e a jogada de sorte que possibilitou seu retorno não tira nenhum mérito do piloto. O brasileiro declarou mais de uma vez que sairia da F-1 não para pendurar o capacete, mas para procurar uma categoria na qual pudesse brigar por vitórias. Não faltaram propostas ao piloto.

A Williams também ganha muito com a sua permanência: era fundamental para a equipe de Grove ter um piloto experiente ao lado do novato Lance Stroll, que estreia no campeonato com 18 anos de idade. Quase tão importante quanto o lado esportivo, a Martini, principal patrocinadora do time, pressionava por um piloto com mais de 25 anos de idade no cockpit, já que muitos países europeus proíbem anúncios de bebidas alcoólicas com garotos-propaganda abaixo dessa faixa etária.

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Feitas todas as ressalvas, é sintomático que a presença de um brasileiro no grid da F-1 só esteja garantida por causa da inesperada aposentadoria do atual campeão, Nico Rosberg. No momento, tudo indica que Massa será o único representante nacional na categoria, já que as únicas vagas que sobraram para Felipe Nasr em 2017 pertencem a uma equipe que acaba de declarar insolvência.

Com Matheus Leist e Pedro Piquet —a nova geração de promessas brasileiras— ainda muito longe do radar da categoria, só um milagre vai produzir um sucessor nacional de Felipe Massa antes de sua aposentadoria definitiva. Quando ela finalmente acontecer, o automobilismo brasileiro deve estar preparado para o inevitável adeus, resultante de incompetência e/ou desinteresse, ao principal campeonato da modalidade.

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Nasr pode perder a vaga na F-1 por causa dos pontos que ele mesmo marcou http://grid.blogfolha.uol.com.br/2017/01/13/nasr-pode-perder-a-vaga-na-f-1-por-causa-dos-pontos-que-ele-mesmo-marcou/ http://grid.blogfolha.uol.com.br/2017/01/13/nasr-pode-perder-a-vaga-na-f-1-por-causa-dos-pontos-que-ele-mesmo-marcou/#respond Fri, 13 Jan 2017 17:35:15 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16066108.jpeg http://grid.blogfolha.uol.com.br/?p=455 Felipe Nasr nos boxes de Silverstone, durante o GP britânico de 2016 (Andrew Boyers/Reuters)
Felipe Nasr nos boxes de Silverstone, durante o GP britânico de 2016 (Andrew Boyers/Reuters)

“O automobilismo é um esporte cruel, perigoso e injusto, mas também tem seus defeitos” —foi o título de um post deste blog em meados de 2016. A máxima pode ganhar um novo fôlego com a possível saída de Felipe Nasr da F-1, motivada pelos pontos que ele mesmo marcou.

Nasr foi piloto da Sauber ao longo dos dois últimos anos, mas as relações entre piloto e equipe andavam estremecidas desde o fim de 2016. No início do mês, a imprensa especializada dá como certo o acordo dos suíços com o piloto alemão Pascal Wehrlein, até então da Manor. Pesou na decisão o fim do contrato entre Sauber e Banco do Brasil, conforme a Folha havia adiantado.

Dessa forma, a última vaga que restaria para Nasr em 2017 é a da própria Manor (o brasileiro não é cotado para a Mercedes, pelo que se sabe). Restariam, porque a equipe se declarou insolvente no último dia 6, e tem até o final do mês para encontrar um comprador para continuar existindo.

O atual dono da Manor Racing, Stephen Fitzpatrick, declarou que ter terminado o campeonato em último lugar afetou seriamente a saúde financeira da equipe.

Na F-1, além de parte da premiação às equipes ser proporcional aos pontos conquistados no Campeonato de Construtores do ano anterior, os dez melhores times colocados recebem uma série de vantagens da organização. Atualmente, 11 construtores disputam o certame.

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Chega-se, assim, à ironia do destino: Foi o próprio Felipe Nasr que jogou a Manor para a lanterna. Até o GP do Brasil, a Sauber possuía zero ponto, contra um da Manor, obtido pelo décimo lugar de Wehrlein na Áustria. O ótimo desempenho de Nasr sob chuva em Interlagos lhe rendeu um nono lugar e dois pontos na tabela. Marcus Ericsson, seu companheiro, não pontuou em 2016, mas já teve seu contrato renovado.

Caso a contratação de Wehrlein pelos suíços se oficialize e a Manor não encontre investidores, Nasr estará fora da categoria em 2017. Mesmo que o time inglês consiga se salvar (como já aconteceu ao fim de 2014), não há como ter certeza de que o brasileiro vai assegurar um cockpit.

O automobilismo é um esporte cruel, não só dentro da pista.

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Novo recorde para o Brasil, mas não para ser comemorado http://grid.blogfolha.uol.com.br/2016/05/31/novo-recorde-para-o-brasil-mas-nao-para-ser-comemorado/ http://grid.blogfolha.uol.com.br/2016/05/31/novo-recorde-para-o-brasil-mas-nao-para-ser-comemorado/#respond Tue, 31 May 2016 18:51:50 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16066108.jpeg http://grid.blogfolha.uol.com.br/?p=197 Felipe Massa, décimo colocado no GP de Mônaco; posição ajudou a sacramentar recorde negativo (Claude Paris/Associated Press)
Felipe Massa, décimo colocado no GP de Mônaco; posição ajudou a sacramentar recorde negativo (Claude Paris/Associated Press)

No próximo dia 12 de junho, quando for dada a largada para o GP do Canadá, o Brasil terá quebrado um recorde na Fórmula 1 —mas não um recorde do qual podemos nos orgulhar.

A corrida será a consumação do maior hiato de vitórias de pilotos nacionais na categoria desde o primeiro triunfo, em 1970. Terão sido 2.464 dias (ou quase seis anos e nove meses) sem a Globo rodar o “Tema da Vitória” após a bandeirada. A última vez que isso aconteceu foi no GP da Itália de 2009, o último triunfo de Rubens Barrichello.

O jejum supera os intermináveis 2.457 dias que separaram a última vitória de Ayrton Senna, na Austrália, em 1993, e a primeira de Rubinho, na Alemanha, em 2000.

Os brasileiros nunca se acostumaram a esperar muito pelo êxito na F-1, diga-se de passagem. Apesar de os primeiros aventureiros, com carros particulares e pouco dinheiro, como Chico Landi e Fritz d’Orey, não terem se destacado, Emerson Fittipaldi venceu um GP logo em sua primeira temporada —a etapa norte-americana. Foi campeão dois anos depois.

Durante quase duas décadas e meia, os brazucas exerceram um protagonismo incrível no certame. “Deve ser a água que eles bebem”, diziam os europeus, em tom de brincadeira, na época em que Piquet e Senna arrematavam títulos em sequência. Bom… não era.

As perspectivas atuais não dão margem para otimismo. A Williams de Felipe Massa não tem demonstrado ser carro o suficiente para brigar por vitórias, mesmo quando as Mercedes estão fora do páreo. O outro Felipe, Nasr, está preso ao cockpit da moribunda Sauber. Com a situação lamentável das categorias de base no Brasil, não é muito irreal imaginar esse hiato se estendendo até o fim da década, pelo menos.

É claro que não é impossível alguém se apaixonar por um esporte mesmo que não haja um competidor de seu país vencendo. Mas a própria mídia brasileira trata a F-1, e o esporte em geral, com forte viés nacionalista. A perspectiva, portanto, é que o interesse pelo esporte a motor no Brasil continue caindo.

A título de comparação, duas outras potências do automobilismo também acumulam anos na fila para ver um compatriota no alto do pódio. A Itália (que, a bem da verdade, torce mais para a Ferrari do que para pilotos italianos) não ganha uma prova desde o GP da Malásia de 2006. Já a França de Alain Prost, René Arnoux e Jacques Lafitte não sabe o que é vencer desde o GP de Mônaco de 1996, com o azarão Olivier Panis.

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