GridBaku – Grid http://grid.blogfolha.uol.com.br Um olhar aficionado sobre o automobilismo Thu, 19 Oct 2017 12:53:30 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Há dez anos, Hamilton e Vettel já haviam se envolvido em batida durante Safety Car http://grid.blogfolha.uol.com.br/2017/06/26/ha-dez-anos-hamilton-e-vettel-ja-haviam-se-envolvido-em-batida-durante-safety-car/ http://grid.blogfolha.uol.com.br/2017/06/26/ha-dez-anos-hamilton-e-vettel-ja-haviam-se-envolvido-em-batida-durante-safety-car/#respond Mon, 26 Jun 2017 20:36:18 +0000 http://grid.blogfolha.uol.com.br/files/2017/06/HAMILTON_VETTEL-180x101.jpg http://grid.blogfolha.uol.com.br/?p=729 De todos os momentos marcantes do agitado GP do Azerbaijão do último domingo (25), o mais relevante para o campeonato deve ser o entrevero entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, os dois principais postulantes ao título.

Irritado por uma freada súbita do inglês durante o Safety Car, o tetracampeão resolveu tirar satisfação em plena pista e bateu de propósito na Mercedes à sua frente. Foi decretado o fim do clima de cordialidade entre os adversários e o tom das declarações dos pilotos, desde então, é de ameaça.

A reação de Vettel foi exagerada, sem dúvida, mas pode ter uma origem remota. De quase dez anos, para ser mais preciso.

A primeira vez que os dois pilotos se estranharam em meio a uma bandeira amarela não aconteceu em Baku, mas no autódromo de Fuji, em 2007. Naquele GP do Japão, disputado sob chuva inclemente, o Safety Car liderou o pelotão por diversas voltas. Em sua segunda e última passagem, Hamilton liderava com Mark Webber em segundo e Vettel, ainda na Toro Rosso, em terceiro.

Em uma curva fechada, o inglês se aproximou demais do carro de serviço para, então, frear bruscamente e abrir a tangência. Webber freou em seguida, para não correr o risco de ultrapassar o líder. Com a visão e frenagem prejudicadas pelo clima, Vettel não conseguiu desviar e bateu no australiano. Ambos abandonaram.

O mais curioso do lance é que ele não foi registrado pela transmissão oficial, e os comissários consideraram Vettel culpado pela batida, sendo punido com a perda de posições no grid para a prova seguinte, na China.

A verdade só veio à tona quando um vídeo amador, feito por um torcedor na arquibancada, foi divulgado na internet. A Toro Rosso protestou, e a punição ao seu piloto foi retirada. Mas nenhuma pena foi aplicada ao inglês, então em um surpreendente ano de estreia na F-1 e favorito ao título.

Por uma série de erros bobos, a conquista não veio naquele ano. De Fuji para Baku, quase uma década depois, os dois competidores amealharam, juntos, sete mundiais —e tudo indica que serão oito ao final do ano.

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Com recorde do ano, Williams retorna à pista onde alcançou melhor pit stop de todos os tempos http://grid.blogfolha.uol.com.br/2017/06/22/com-recorde-do-ano-williams-retorna-a-pista-onde-alcancou-melhor-pit-stop-de-todos-os-tempos/ http://grid.blogfolha.uol.com.br/2017/06/22/com-recorde-do-ano-williams-retorna-a-pista-onde-alcancou-melhor-pit-stop-de-todos-os-tempos/#respond Thu, 22 Jun 2017 09:00:09 +0000 http://grid.blogfolha.uol.com.br/files/2017/06/F1_Canadian_Grand_Prix_Auto_Racing-180x126.jpg http://grid.blogfolha.uol.com.br/?p=722 Se por um lado é verdade que a Williams não está fazendo um bom ano na pista, atrás até da Toro Rosso na tabela do campeonato, por outro a sua liderança permanece incontestável quando os carros entram no pit lane.

Nas primeiras sete etapas de 2017, a equipe de Grove marcou o melhor tempo das paradas de box em quatro delas. Na última prova, em Montreal, inclusive, estraçalharam o recorde do ano, com um pit stop de 2.17 segundos.

Prestes a disputar o GP do Azerbaijão, no próximo domingo (25), a Williams chega à mesma pista onde igualou o recorde de pit stop mais rápido de todos os tempos no ano anterior: a impressionante marca de 1.92 segundo, com Felipe Massa —tempo que já havia sido obtido pela Red Bull, com Mark Webber, no GP dos EUA, uma temporada antes.

A troca de pneus em Baku (que recebeu o curioso nome de GP da Europa) foi um resumo da dominância que o time inglês exerceu nas trocas de pneus. Das 21 corridas, a Williams realizou o melhor pit stop em 14.

Mas nem sempre foi assim, muito pelo contrário. Desde o fim do reabastecimento durante os GPs, em 2010, e até 2015, a equipe tinha um problema crônico com as paradas. O próprio Massa jogou a culpa de não ter vencido o GP do Canadá de 2014 a um pit stop especialmente lento.

Numa categoria que guarda a sete chaves seus segredos industriais, nunca foi dada uma resposta clara sobre como a Williams conseguiu reverter a situação de uma temporada para outra a ponto de ser a líder inquestionável do fundamento.

“Nós tínhamos um problema com as rodas que ‘grudavam’ no encaixe no ano passado [2015], e tivemos que redesenhar completamente [essa parte do carro]”, disse o então diretor técnico da Williams, Pat Symonds, em 2016, ao site Motorsport.com, sem dar mais detalhes —havia a suspeita de que a liga metálica usada dilatasse demais durante as corridas, travando a roda, mas a informação nunca foi comprovada.

A partir daí, a equipe passou também a investir na análise detalhada dos equipamentos, como pistolas de ar e macacos, e até monitorar com sensores eletrônicos a resposta fisiológica dos mecânicos envolvidos. Todos os pit stops são filmados e analisados posteriormente para avaliação. Hoje, a função que cada um dos envolvidos exerce na troca de pneus influencia até as cadeiras onde os mesmos sentam nos boxes durante a corrida. Durante o inverno europeu, a Williams também desenvolve treinos físicos e técnicas de controle de ansiedade específicas.

Carro de Felipe Massa nos boxes de Interlagos com o encaixe da rida à mostra, em Interlagos, 2016 (Daniel Médici/Arquivo Pessoal)

Apesar disso, é consenso de que a marca de 1s92 dificilmente será batida. Em primeiro lugar, porque a maioria das equipes considera que o investimento necessário para diminuir em alguns décimos o tempo de parada já não compensa. Em segundo lugar, e mais importante, os pneus mais largos implantados em 2017 tornam a tarefa mais extenuante.

Em que pesem as dificuldade, membros da Williams já declararam à imprensa que, em condições ideais, seria possível fazer uma troca em até 1s6. Talvez seja o maior motivo de orgulho que Grove pode almejar na presente temporada.

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Sergio Pérez, um alento para o esporte mexicano http://grid.blogfolha.uol.com.br/2016/06/30/sergio-perez-um-alento-para-o-esporte-mexicano/ http://grid.blogfolha.uol.com.br/2016/06/30/sergio-perez-um-alento-para-o-esporte-mexicano/#respond Thu, 30 Jun 2016 15:48:19 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16066108.jpeg http://grid.blogfolha.uol.com.br/?p=231 Sergio Pérez sobre ao pódio no GP da Europa (Maxim Shemetov/Reuters)
Sergio Pérez comemora terceiro lugar no GP da Europa (Maxim Shemetov/Reuters)

Junho não foi um mês auspicioso para o esporte no México: uma das promessas da Copa América Centenário, a seleção do país caiu nas quartas de final, em um humilhante 7 a 0 contra o Chile, que viria a se sagrar campeão do certame.

Os mexicanos podem, pelo menos, ter o automobilismo como alento. Na Fórmula 1, Sergio Pérez, da Force India, vem de dois pódios em três corridas e já é considerado a sensação da temporada.

Em Baku, no GP da Europa, o piloto já tinha se tornado o centro das atenções no sábado, registrando o segundo melhor tempo da classificação. O resultado só lhe valeu a sétima posição no grid, devido à punição por uma troca de câmbio. O show prosseguiu no domingo, porém: lutou a corrida inteira e demonstrou combatividade ao ultrapassar Kimi Raikkonen nas voltas finais, mesmo sem valer a posição de fato, já que o finlandês acumulava uma punição em seu tempo final de prova. Chegou em terceiro.

Se alguém creditar o resultado à conjunção do motor Mercedes às longas avenidas de Baku, o piloto tem como contra-argumento sua brilhante pilotagem no GP de Mônaco, onde também foi terceiro colocado em um circuito travado, cheio de armadilhas, que começou em pista molhada.

O desempenho do mexicano, inegavelmente superior ao do companheiro, Nico Hülkenberg, já coloca Pérez no centro das intrigas da “silly season”, como postulante a substituto de Raikkonen na Ferrari.

A boa fase é mais um motivo para que os mexicanos lotem, mais uma vez, o autódromo Hermanos Rodríguez, que voltou ao campeonato em 2015, após 23 anos de ausência. Mesmo sem Pérez ter a mínima chance de vitória, o carisma do representante da casa foi suficiente para turbinar a festa do público na capital mexicana.

Se o futebol não está lá essas coisas, ao menos os mexicanos têm a chance de voltar as atenções para o esporte a motor. Os brasileiros, igualmente vítimas de uma goleada vexatória, não sabem ao certo se podem fazer o mesmo.

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Cidade de Baku brilha como cenário de corrida apagadíssima http://grid.blogfolha.uol.com.br/2016/06/19/cidade-de-baku-brilha-como-cenario-de-corrida-apagadissima/ http://grid.blogfolha.uol.com.br/2016/06/19/cidade-de-baku-brilha-como-cenario-de-corrida-apagadissima/#respond Sun, 19 Jun 2016 19:51:02 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/16066108.jpeg http://grid.blogfolha.uol.com.br/?p=216 Baku, vista de seu ângulo mais europeu, recebe a F-1 para o GP da Europa (Ivan Sekretarev/AFP)
Baku, vista de seu ângulo mais europeu, recebe a F-1 para o GP da Europa (Ivan Sekretarev/AFP)

Hamilton precisava de uma corrida de recuperação após bater nos treinos e largar em décimo. A missão de Rosberg era provar para si mesmo e para o mundo que tem a garra e o sangue frio necessários para ser campeão. Tudo isso num circuito de rua debutante, dotado de uma longa reta, algumas curvas rápidas e uma seção tão estreita que se assemelha mais a uma entrada dos boxes.

O que parecia ser receita suficiente para uma ótima prova de F-1 acabou não dando liga. Poucas disputas de posição, em boa parte por causa de um asfalto que não exigiria mais que uma troca de pneus para a maior parte dos pilotos, renderam mais bocejos do que emoções aos espectadores.

Não espanta que a transmissão de TV do GP da Europa tenha se concentrado tanto em tomadas que privilegiavam o skyline de Baku em detrimento dos carros que rasgavam as ruas.

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Nico Rosberg chegou em primeiro, mas o verdadeiro vencedor foi o regime do Azerbaijão, que conseguiu justamente o que queria: se aproveitar da estrutura da F-1 para divulgar uma imagem europeizada do país.

A começar pelo nome da etapa, GP da Europa, título normalmente empregado para a segunda corrida da temporada em um mesmo país —mas não existe um GP do Azerbaijão.

Perdido no meio do Cáucaso, com o pé no mar Cáspio, o país fica, por falta de palavra melhor, na chamada Eurásia, junto com um punhado de outras ex-repúblicas soviéticas. Dá-lhe aspas nesse GP da “Europa”.

Aliás, nada contra o direito à auto-afirmação dos Estados e dos povos. O Azerbaijão que se alinhe como bem lhe convém. Mas é de se ressaltar que o título dado ao GP é mais do que uma definição descritiva: é um recado ao mundo.

A cidade que as câmeras da F-1 registraram, porém, não deixam nada a dever para qualquer capital da Europa Ocidental. Avenidas largas entremeadas por boulevards arborizados, edifícios do século 19 e grandes jardins europeus compunham a paisagem ao redor do traçado.

Não é a primeira jogada do país para se vender como parte do Velho Mundo. O futebol do Azerbaijão é filiado à Uefa e sua capital está confirmada como uma das sedes da Eurocopa pan-europeia de 2020.

No pódio, para entregar o troféu ao vencedor, Nico Rosberg, estava ninguém menos do que Ilham Aliyev, que ostenta o título de presidente da República desde 2003, tendo recebido a faixa de seu próprio pai —um curioso caso de Presidência hereditária. A seu lado, a imbuída de premiar a equipe vencedora era sua mulher, Mehriban Aliyeva, no melhor estilo Elena Ceausescu.

Coadjuvante de luxo, Rosberg pega o voo de volta para casa com 25 pontos a mais na bagagem, 24 à frente do companheiro de equipe. Nada mal para um passeio nas ruas de uma bela cidade.

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